O choque elétrico é um dos acidentes mais perigosos no ambiente de trabalho e pode resultar em lesões graves, incapacidade permanente e até fatalidades. Em setores industriais, da construção civil ou de manutenção predial, a exposição a instalações elétricas mal projetadas ou manuseadas de forma inadequada é uma ameaça constante. Entender os riscos e adotar medidas de controle é uma responsabilidade legal e preventiva das organizações.
A NR 10, norma que regulamenta a segurança elétrica no trabalho, define os requisitos mínimos para a prevenção de acidentes em atividades com instalações e serviços em eletricidade. Seu objetivo é proteger a saúde e a integridade física de profissionais expostos ao risco elétrico ocupacional, tanto em tarefas diretas quanto indiretas. A norma aborda temas como Análise de Risco, Permissão de Trabalho (PT), procedimentos operacionais seguros, além da obrigatoriedade do uso de ferramentas apropriadas e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) compatíveis com a tensão envolvida nas atividades.
Neste artigo, vamos explicar o que é choque elétrico, possíveis causas, como prevenir acidentes, e a importância da NR 10. Continue a leitura!
Choque elétrico é a passagem de corrente elétrica pelo corpo humano, o que pode provocar desde formigamentos e queimaduras até paradas cardíacas e morte, dependendo da intensidade e do tempo de exposição. Ele ocorre quando o corpo entra em contato com uma fonte energizada e oferece caminho para a corrente circular até o solo ou entre condutores com diferentes potenciais.
A gravidade do choque depende de vários fatores, como:
• Intensidade da corrente (amperagem)
• Tensão elétrica (voltagem)
• Tempo de exposição
• Condições da pele (seca ou úmida)
• Caminho da corrente no corpo (por exemplo, da mão ao pé atravessa o coração)
Os efeitos podem variar de sensações leves de formigamento até queimaduras profundas, fibrilação cardíaca e morte. Por isso, a eletricidade deve ser tratada com extremo cuidado em qualquer ambiente, especialmente no trabalho.
O choque elétrico é um risco ocupacional presente em diversas atividades, especialmente em serviços com exposição direta ou indireta à eletricidade. Sua ocorrência está geralmente associada a falhas operacionais, ausência de medidas preventivas e descumprimento de normas de segurança. Identificar os fatores causadores ajuda na implementação de ações corretivas e evita acidentes.
Veja a seguir as principais causas de choque elétrico:
Instalações elétricas inadequadas ou danificadas
Fios desencapados, tomadas sobrecarregadas, quadros elétricos sem manutenção e aterramento ausente aumentam o risco de acidentes.
Uso incorreto de equipamentos
Máquinas, ferramentas ou extensões elétricas usadas de forma indevida ou com defeito podem provocar descargas elétricas.
Falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
Trabalhar com eletricidade sem luvas isolantes, botas apropriadas ou capacetes dielétricos expõe o colaborador ao risco direto.
Ausência de treinamento técnico
Profissionais que operam sistemas elétricos sem conhecimento das normas de segurança estão mais vulneráveis a acidentes.
Intervenções em sistemas energizados
Realizar manutenções ou inspeções sem desligar a fonte de energia (sem procedimento de bloqueio e etiquetagem) é uma das causas mais frequentes de choque.
Ambientes úmidos ou molhados
Trabalhar com eletricidade em locais úmidos, como cozinhas industriais ou áreas externas sem proteção, facilita a condução elétrica pelo corpo.
Improvisos
Soluções temporárias, como emendas manuais ou uso de adaptadores impróprios, colocam em risco a integridade física dos trabalhadores.
A prevenção de acidentes envolvendo choque elétrico no ambiente de trabalho exige um conjunto de medidas técnicas, administrativas e comportamentais, baseadas nas exigências legais e nas melhores práticas de segurança. Abaixo estão as principais estratégias preventivas:
Atender à NR 10
A Norma Regulamentadora nº 10 trata da segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ela exige:
• Treinamento obrigatório para trabalhadores autorizados
• Procedimentos operacionais padronizados (POP)
• Análise de Risco e emissão de Permissão de Trabalho (PT)
• Inspeções e manutenções periódicas em sistemas elétricos
Realizar o bloqueio e etiquetagem (Lockout/Tagout)
Antes de qualquer intervenção em sistemas energizados, deve-se aplicar o bloqueio do circuito e etiquetar a fonte, garantindo que não será religada acidentalmente durante a manutenção.
Utilizar EPIs e EPCs adequados
Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva devem ser fornecidos e utilizados corretamente. Entre eles:
• Luvas e botas isolantes
• Capacete com proteção dielétrica
• Ferramentas com isolamento elétrico
• Tapetes isolantes e barreiras de proteção
Manter instalações elétricas em conformidade
A estrutura elétrica da empresa deve seguir os padrões técnicos da ABNT e passar por manutenções preventivas. Isso inclui:
• Quadros de distribuição organizados e identificados
• Fiação em bom estado e com isolamento adequado
• Dispositivos de proteção como disjuntores e DRs em funcionamento
Capacitar continuamente os trabalhadores
Treinamentos periódicos em segurança elétrica são fundamentais para manter a equipe atualizada sobre riscos, procedimentos de emergência e uso correto de equipamentos.
Evitar improvisações
Soluções temporárias, como emendas, extensões em excesso ou adaptações fora de norma, devem ser eliminadas e substituídas por projetos técnicos adequados.
Inspecionar o ambiente de trabalho
Avaliações constantes ajudam a identificar pontos de risco, como umidade excessiva, cabos expostos ou proximidade com materiais inflamáveis.
A Norma Regulamentadora nº 10 (NR 10) é a responsável por estabelecer os requisitos e condições mínimas para garantir a segurança dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente com instalações e serviços em eletricidade.
Principais temas abordados pela NR 10:
• Treinamento obrigatório com carga horária mínima para trabalhadores autorizados
• Análise de Risco e emissão de Permissão de Trabalho (PT)
• Medidas de controle coletivo e individual
• Procedimentos de emergência
• Manutenção e inspeção periódica das instalações
• Sinalização e isolamento de áreas energizadas
A NR 10 é aplicada a todas as fases do trabalho com eletricidade: geração, transmissão, distribuição e consumo, abrangendo tanto instalações permanentes quanto temporárias. Seu cumprimento é obrigatório em todo território nacional e visa preservar a integridade física e a saúde dos profissionais expostos a riscos elétricos.
A exposição ao risco elétrico no ambiente ocupacional representa um fator de perigo significativo, especialmente em atividades que envolvem sistemas energizados ou instalações mal conservadas. O choque elétrico pode resultar em consequências graves, incluindo queimaduras, paradas cardiorrespiratórias e óbitos, sendo, em grande parte, evitável com a aplicação de medidas de controle adequadas.
A implementação de um sistema de gestão em segurança elétrica, conforme previsto na NR 10, requer ações integradas, como capacitação contínua, análise de risco, emissão de Permissão de Trabalho (PT), uso de EPIs e EPCs adequados e a adoção de procedimentos operacionais padronizados. A manutenção preventiva e o bloqueio de fontes energizadas também são práticas indispensáveis à eliminação de perigos.
Portanto, promover a gestão do risco elétrico no ambiente de trabalho é uma responsabilidade técnica e legal que contribui diretamente para a redução de acidentes, o cumprimento das normas regulamentadoras e a preservação da integridade física dos trabalhadores.
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